A ambiência criada pela sonoridade da harpa, bem como o simbolismo do instrumento, conduz o ouvinte a outros níveis de realidade. Sendo um objeto transicional, interligando os diversos mundos do nosso imaginário, a harpa céltica não traz somente a música de um povo. Através dos sons desse instrumento emerge todo o legado cultural dos povos que habitaram a região noroeste da Europa, a partir do segundo milênio a.C., onde hoje se denomina Escócia, Irlanda, Bretanha, Inglaterra, Cornualha, País de Gales, Ilha de Man, o norte da Itália, Espanha e o norte de Portugal. Escutar o som da harpa céltica é passear pela história, pela mitologia, pelo Ethos de um povo distante no tempo. Um povo que pela transmissão oral influenciou e ainda influencia a cultura e a música européia e, com mais sutileza e de forma indireta, alguns gêneros musicais desenvolvidos no território brasileiro.
Assim, o modelo civilizatório e cultural não é somente uma herança Grega e Romana; no imaginário coletivo ocidental, mesmo que muitos não saibam, encontra-se a cultura Celta.
A Música Celta é um termo que compreende uma miscelânea de imagens e sons musicais. Abrangendo desde a música tradicional das regiões denominadas Celtas, como por exemplo: a música do harpista Irlandês Turlough O’Carolan (século 18), até as músicas de artistas contemporâneos influenciados pela cultura Celta e pelo uso de determinados instrumentos musicais (Violino, Uillean Pipes, Flauta, Bodhrán, Whistle, Concertina, Harpa). Indo além dos rótulos que às vezes atendem apenas ao mercadofonográfico, podemos caracterizá-la como uma música híbrida. O fato é que a música Celta não é sinônima de “Música Tradicional”. Podemos assim falar de uma “celticidade”, um “espírito” Celta na maneira de compor e tocar um determinado instrumento tradicional irlandês, escocês etc.
A Harpa Céltica também é denominada Folk Harp ou Lever Harp (harpa de Chaves). Caracteriza-se por possuir pequenas chaves acima de cada corda para alterar a altura da nota; ao contrário das harpas utilizadas nas Orquestras Sinfônicas que possuem o mecanismo de pedais para essa função. Existem vários modelos e tamanhos de Harpa Celta. A harpautilizada por Nando Araujo é do fabricante Lyon & Healy (Chicago), possui 36 cordas, modelo Troubadour VI.
Nas sociedades contemporâneas as apresentações musicais têm algumas características que tipificam a função da música e do músico. Um show de música, mais das vezes, é um entretenimento, mas também se configura um trabalho artístico ao retirar o ouvinte da vida prosaica para a dimensão poética. A música também carrega a função de conscientização política, portanto, crítica social. O show Pelas Trilhas dos Celtas reúne, em certa medida, as características acima, mas, sobretudo, busca por meio do resgate da história e da mitologia Céltica subsídios para uma reflexão filosófica. Através da união da música, de imagens, da filosofia e da história, o ouvinte é conduzido a refletir sobre os valores culturais que regem a vida das mulheres e dos homens contemporâneos.
Além de Arias e Danças tradicionais dos países que foram o berço da Cultura Celta (tais como: a Irlanda, a Escócia e a Grã-Bretanha), de músicas Renascentistas e Medievais, Nando Araujo apresenta músicas autorais e releituras de canções dos Beatles com arranjos para o seu quarteto, tais como: Eleanor Rigby, Norwegian Wood, All You Need Is Love, Tick To Ride, I Love Her, Across The Universe entre outras.
O espetáculo tem duração aproximada de uma hora e quinze minutos. Durante o show serão exibidas imagens (através de equipamento multimídia) da Cultura Celta e do Renascimento, além de imagens contemporâneas e outras específicas para as músicas autorais. É parte integrante do espetáculo os técnicos de som e luz do artista. Para a realização do show o contratante deverá fornecer telão (com as dimensões compatíveis para o local da apresentação) e Data-Show.