Os celtas tinham grande consideração pelos nobres e pelos druidas, estas duas classes de homens gozavam de enorme prestígio social. Os druidas foram educadores itinerantes, juízes, sacerdotes da religião celta e terapeutas holísticos, conheciam o poder das ervas, dos minerais, dominavam as energias sutis e a arte profética. Eram submetidos, durante vinte anos, a um rigoroso aprendizado para dominar determinados temas, tais como: justiça, profecia, virtude, imortalidade e transmigração da alma. Os bosques de carvalhos adornados com viscos eram locais sagrados para os celtas e, em especial para os druidas, que realizavam cerimônias e sacrifícios de animais. Havia três classes de sacerdotes: Ovates (profetas), druidas (juízes) e bardos (músicos e poetas). O bardo possuía três atributos: a habilidade de tocar a harpa; o conhecimento da sabedoria antiga e o poder poético. A função dos bardos poetas e harpistas eram distintas, mas recebiam treinamentos equivalentes. Sabe-se que o harpista foi altamente honrado ao lado do poeta-chefe. No ano de 54 d.C., os romanos aboliram a prática da religião druida, e, em 60 d.C., ocorreu um massacre em massa dos druidas na costa da ilha sagrada de Anglesy. Assim, a tradição de bardo passou à clandestinidade até o século 11 d.C., quando os bardos galeses e irlandeses foram chamados por um chefe galês para uma conferência de música (Eisteddfod), ou reunião dos bardos. Durante a época de ouro do País de Gales, 1200-1450 d.C., foram criados regulamentos para os bardos. O bardo chefe (pencerdd) podia cantar somente temas ligados a Deus e ao Rei, mas também atuava como conselheiro. O bardo da Guarda do Rei (bardd teulu) poeticamente cantava para entreter os convidados da corte com canções sobre romance e natureza. Ocasionalmente, ele embalava aqueles que tinham insônia para dormir com música de harpa em câmaras particulares. Com o declínio da sociedade gaélica, no início do século 17, o prestígio dos bardos deixou de existir e muitos se tornaram músicos viajantes.